sexta-feira, 21 de outubro de 2011

QUARTA-FEIRA, 26 DE OUTUBRO DE 2011

O FIGURINO E AS RENOVAÇÕES DO SÉCULO XX

Adolphe Appia

Adolphe Appia (1862-1928), teórico suíço, realizou inúmeros projetos de encenação para óperas de Wagner. Tiveram grande importância os seus escritos sobre a arte do Teatro. Concebia a encenação em função do ator; elimina da cena todo o espaço livre para substituí-lo por escadarias, cubos, planos inclinados; atribui grande importância ao jogo de luzes e procura incluir na atmosfera do espetáculo, o espectador. Copeau o chamava de o homem dos cubos, pois, coincide com a estética do cubismo e não é por acaso.

Atingiria os espectadores através de todas as artes A Obra de Arte Total.

Suas idéias sobre teatro total contribuíram para que, cada vez mais, as suas encenações se aproximassem de um teatro de ilusão onde a atmosfera criada também falava só por si. A unidade plástica hão de se harmonizar com todos os elementos do cenário: atores, objetos, decoração, luz, música, etc.

Appia foi influenciador de Gordon Craig, seu contemporâneo, os dois foram os representantes mais importantes da corrente simbolista.
Muito jovem, Appia renovou a encenação contemporânea. Ao contrário de seu trabalho como encenador muito conhecido, com os figurinos não se tem muitos registros.

Mas foi em 1911 que trabalhou e fundou junto com Dalcroze, (compositor e criador da rítmica musical) o teatro em Hellerau, o Instituto Jaques-Dalcroze. Appia mais engajado escreve o texto Com relação ao figurino para a rítmica, fornecendo dados para seus trajes. Todos sutis, revelando o contorno do corpo, pois sempre criticou os excessos e exageros no palco. Admirava a beleza do corpo, ao qual tinha para ele, um valor muito especial. A arte e a beleza caminhavam juntas para elevar o homem a espiritualidade, para se transformar num ser - humano melhor. Quadros e pinturas não tinham valor, pois negava o corpo como forma viva e pulsante.

O primeiro traje que surgiu nesta época foi a malha preta, que permite a movimentação total. Depois se deu conta que o preto absorveria demais a luz, então surgiu o traje cinza, a mesma malha, só que na cor diferente. Preto para os exercícios básicos sem efeitos de luz e cinza para os estudos de tais efeitos. Baseado na roupas gregas, que tem caimento, movimento e não restringem nenhuma expressão física, com posições retas dando elegância à figura, usadas também para diferenciar posições sociais, ele tem o terceiro traje, onde o tecido acompanha a movimentação dos atores. A túnica era usada por cima da malha preta, colocada e tirada rapidamente, se tornava uma roupa funcional.

Por achar que o luxo nos trajes e cenários, ao qual trabalhou com o compositor Wagner, tirariam a atenção do espectador, não sobrando espaço para a imaginação, tudo seria falso no palco, o que o desagradava.

Referências:
BARATA, José Oliveira. Estética Teatral, antologia de textos. Lisboa – Portugal: Moraes Editores, 1980.
VIANA, Fausto. O figurino e as renovações do século XX. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2011.

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